quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Bom Ano a todos!!!

2010 2011
Eis o que é uma passagem de testemunho entre entidades irmãs. 2010 encontra-se com 2011 para lhe passar o ano, para lhe dar a vez:

2010 Em cima de mim carrego guerras que são o de sempre, polémicas que são o pão-nosso e tantas coisas mais que me preenchem que estou cheio e reformo-me aqui. Toma o ano que te dou e começa-o.
2011 É fácil pois estou limpo. Muito do que trazes fica aqui e eu começo de novo.
2010 Ou empesto-te a vez ao emprestar-te estas semanas.
2011 Tenho memória curta e os contadores vão voltar a zero. O que tiveste Janeiro não será o que ofereço em Janeiro e ao chegar a 2012 a memória será outra que a tua d'agora.
2010 Agora faço listas do melhor de tudo. De mulheres, de homens, de vidas, de quebras e começos, a lista da música e dos concertos que tal, a lista de beijos, os amigos que me vão pontilhando. Faço listas de memória.
2011 Enquanto eu faço listas de vontades, do que vou fazer. Começo agora. Obrigado pelo ano, a ti, a ti e tambem a ti.
Beijos e abraços e saudinha da boa!!!
E façam o favor de desbotar sorrisos.
Fonte Lecool magazine

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Assim me vou para 2011...

Na sua última noite sozinha do ano 2010…
Ah que prazer lhe dá essa solidão incompreendida por tantos e desejada retoricamente por outros!
Na sua última noite sozinha do ano, a pensar, mais uma vez que fecha o ano sabendo que conduz a sua vida com as suas próprias mãos. Fecharam-se ciclos que deixarão nostalgia, romperam-se amizades, despediram-se amores, quebraram-se laços, choraram-se lágrimas. Viveram-se experiências, abrem-se novas portas (ou janelas?), solidificaram-se amizades, apertaram-se laços, esboçaram-se sorrisos, vieram tantas gargalhadas… E assim passaram os 365 dias…com a certeza, a convicção, na pele, no corpo, na alma, de que a vida está a ser vivida.
E assim passa para o Ano Novo, com o desejo de manter essa pérola que guarda lá no fundo, de que a vida está ser vivida com toda a intensidade que impõe, no seu auge em tudo, bom ou mau, rompendo ou não com as certezas de sempre que são, não raras vezes, as dúvidas do presente mas o sabor das conquistas que fará lá à frente naquilo que chamam futuro.
E assim passa para o Ano Novo, ao som de Jasmine, no piano com Keith Jarret e no baixo com Charlie Haden. Ao fundo, aos solavancos compassados vem a caldeira a arrancar. Já ouviram? O Jasmine, não a caldeira? Mais uma pérola…
É assim que passa para o Ano Novo, com a certeza que na vida, como no piano, o treino incessante, o erro, a nova tentativa em fazer diferente, a vontade inabalável de procurar, de saber, de fazer acontecer, e de retribuir, é o que a faz mover e pensar já nos próximos 365 dias. Só tem um desejo, sentir que conduz a vida pelas suas mãos para onde quer, mesmo que nem sempre toque as notas certas. Não é essa uma das maravilhas de viver?

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Um olhar e um poema!! 17

Horário do Fim
morre-se nada
quando chega a vez

é só um solavanco
na estrada por onde já não vamos

morre-se tudo
quando não é o justo momento

e não é nunca
esse momento

Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Viagem dentro de mim

Há anos que tenho o hábito de guardar textos, frases ou recortes com figuras ou palavras (ou vezes receitas que nunca executei...) e já nem me lembro de onde vem este. Queria abrir a minha participação no blog com um texto que me tenha tocado especialmente e fui aos meus arquivos, fiz uma pequena "viagem dentro de mim". Aqui fica, pode ser que vos toque também...Infelizmente não sei quem é o autor...

EU fui a viagem da minha vida. Foi com a mochila às costas, máquina fotográfica ao pescoço e passaporte no bolso que fechei os olhos e parti em direcção ao meu destino. Eu.
Por entre as complicadas ruas do meu interior, vivi as minhas paisagens e os meus monumentos. Uns já a cair de velhos, outros em pleno processo de restauro e ainda outros novos e fortes como nunca. Encontrei muros e muralhas que em tempos serviram para proteger e que agora só servem para empatar. As primeiras horas foram difíceis. Nunca me tinha apercebido que a razão vence quase sempre a emoção. No mercado, lá para a zona do coração, havia um pouco de tudo mas nada me marcou tanto como o quiosque das recordações. Nem mesmo a arquitectura arrojada das novas experiências. As memórias são o passado mas também são o presente e o futuro. São elas que fazem de mim aquilo que eu sou e o que serei. Só quando conheci pessoas que já tinha esquecido e pessoas que já deixam saudade é que entendi que antes de estar bem com os outros, tenho que estar bem comigo. Persegui as pragas de borboletas e de formigas que de vez em quando invadem o meu estômago. Bebi um copo com os meus amigos num bar ao fundo da avenida principal. Aquela avenida onde os dias passam e as noites ficam. E percebi que afinal que não peso as famosas 21 gramas de alma mas sim as menos formosas 21 toneladas de corpo. Saí nitidamente com mais bagagem do que aquela com que parti (só não paguei excesso de peso porque a senhora do check-in foi simpática). Cheguei ao fim cansado mas feliz. Nesta viagem descobri em mim que o melhor, de mim, é aquilo que eu sou.
Este texto dá para a minha apresentação, sou a Pandora que adora viajar, fotografar e inventar ;-)

#06_Good Vibes



Era uma vez um sonho......................


A Clarice é a personagem principal desta história. É em torno dela que todas as aventuras acontecem. É uma princesa, com coroa e tudo. O Era Uma Vez é um duende travesso que dá a cara pela marca: Era Uma Vez Um Sonho.

Joana Franco tem 27 anos e desde os 16 que vive e trabalha rodeada de personagens coloridas criadas pela mãe, Julieta Franco: "Cresci com a cabeça na lua", diz a brincar. Sabe de cor o nome das já 200 personagens do universo Era Uma Vez um Sonho, assim como as histórias de cada um. No dia 13 de Novembro abriram as portas no Bairro Alto, em Lisboa. Um regresso ansiado depois de dois anos de ausência, com bonecos a nascer apenas por encomenda.

Joana encontrou a loja numa saída à noite no Bairro Alto e não perdeu tempo: alugou-a, ligou à mãe, que estava a viver em Óbidos, e chamou-a. A Era Uma Vez Um Sonho está finalmente no centro de Lisboa, depois de "andar a passear por Sintra, Oeiras e Cruz Quebrada".

São os bonecos a principal atracção, com preços que variam entre os 90€ e os 160€, mas também há pregadeiras em forma de doces e porta-chaves feitos de tecidos coloridos, com preços entre os 6€ e os 10€. Personagens e acessórios são feitos à mão por Julieta Franco.

Joana é uma web designer formada em desenho, mais especificamente desenho animado. Da mãe herdou o traço e a imaginação, mas não a paixão pela costura. Foi ela que pintou a loja, com o castelo mágico da princesa Clarice, arco-íris e flores que só existem no universo Era Uma Vez Um Sonho. E também faz esboços de personagens, como a Vitória e a amiga Fi, a maior cadela do mundo, que devem passar a tecido brevemente. Um retrato animado da própria Joana e da sua cadela grand- -danois, Fiona.

Como tudo começou

Em 1994 Julieta Franco fez 20 anos de carreira na função pública e estava cansada. Como costurava desde pequena, começou a fazer bonecas de trapo tradicionais. "Fomos a uma feira de Natal em Picoas, foi um sucesso e a minha mãe pensou que finalmente ia poder fazer aquilo que sempre sonhou", conta Joana.

Em 1998, e um caderno cheio de esboços de personagens únicas depois, é criada a marca Era Uma Vez Um Sonho.

Para além da loja, Julieta e Joana querem "espalhar a magia pelo Bairro Alto".

"Queremos tentar fazer uma parceria com a câmara para dar formação aos miúdos daqui para que, como diz a minha mãe, ''continuem a acreditar na magia''".

Para além dos personagens e alguns acessórios, a Era Uma Vez Um Sonho tem também um livro, "O Sonho de Clarice", a 20€, com ilustrações e história de Julieta Franco, e um CD com canções originais, que contam a história do reino dos trapos e sonhos. Em 2011 vai haver livro novo: "O Mistério da Florice".

- Publicado em I -

XYZ_Coordenadas Musicais_#51_Johnny Nash_I Can See Clearly Now



Esta dedico ao meu GRANDE amigo Sawyer e à Pandora que irá aparecer, numa manhã de nevoeiro :)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Um Dia Aprendes!!!

Um Dia Aprendes
Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença, entre dar a
mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas aprender que beijos não são contractos e presentes não são promessas. E começas aceitar as tuas derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante, com a graça de uma criança e não a tristeza de um adulto.
E aprendes a construir todas as tuas estradas no hoje, porque o terreno de amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair ao meio em vão. Depois de um tempo aprendes que o sol queima se ficares exposto por muito tempo. E aprendes que não importa o quanto te importes, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceitas que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai magoar-te de vez em quando e tu tens de perdoá-la por isso.
Aprendes que falar pode aliviar as dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la e que tu podes fazer coisas num instante, das quais te arrependerás para o resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo em longas distâncias. E que o que importa não é o que tens na vida, mas o que és na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos de mudar os amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebes que o teu amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobres que as pessoas com quem mais te importas na vida são tomadas de
ti muito depressa, por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos
com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vemos. Aprendes que
as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos
responsáveis por nós próprios. Começas aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que tu mesmo podes ser. Descobres que levas muito tempo a tornares-te na pessoa que queres e que o tempo é curto. Aprendes que não importa onde chegaste, mas onde vais. Aprendes que, ou tu controlas os teus actos ou eles te controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprendes que heróis são aqueles que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita prática.
Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te calque quando cais é uma das poucas que te ajuda a levantar. Aprendes que a maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que quantos aniversários celebraste.
Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que suponhas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são tolices, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de seres cruel.
Descobres que só porque alguém não te ama da maneira que queres que te ame,
não significa que esse alguém não te ame, pois existem pessoas que nos amam, mas não sabem como o demonstrar.
Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas
vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que, com a mesma
severidade com que julgas, serás em algum momento condenado. Aprendes que
não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que o concertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, em vez de esperar que alguém te traga flores.
E aprendes que realmente podes suportar... que realmente és forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensares que não podes mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida! As nossas dúvidas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.


William Shakespeare

sábado, 11 de dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

sábado, 4 de dezembro de 2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

#05_Good Vibes




O que têm em comum a plasticina, o raio-X e a batata frita pala-pala? À primeira vista, nada. Mas um mergulho mais profundo na origem destas invenções e percebemos que nasceram de um acidente ou por mero acaso. A plasticina, por exemplo, era um produto de limpeza para papel de parede. Foi Joseph McVicker que em 1956 resolveu emprestar um bocado do produto à cunhada que era educadora de infância. Ela viu ali um brinquedo ideal para acalmar miúdos irrequietos. Já a batata frita pala-pala nasceu como forma de vingança em 1853. Depois de um cliente se queixar que as batatas fritas estavam demasiado grossas, George Crum, um cozinheiro amargurado, decidiu cortá-las o mais fino possível, carregá-las de sal e torná-las estaladiças. Ao estilo "toma lá que já almoçaste". O cliente adorou.

Estas e outras invenções acidentais fazem parte do livro publicado pela Booksmile. Birgit Krols é o autor dos textos de "Invenções Acidentais que Mudaram as Nossas Vidas". São mais de 60 objectos e substâncias que nos são tão queridos e que se não existissem a nossa vida seria muito diferente. Imagina viver sem sanduíches, microondas ou Coca-Cola?

Qualquer um de nós adorava ter o seu nome neste livro e ver desastres diários transformados em criação genial. Tipo: "Ai, tu queres ver que deixei o sumo no alpendre e ele congelou?" Et voilà, o gelado em pauzinhos e foi o começo de um negócio milionário.

LSD para grávidas?

O LSD foi criado em 1943 para simular as contracções do útero, mas o desastrado químico suíço Albert Hofmann deixou a dietilamida do ácido lisérgico cair-lhe nos dedos e notou qualquer coisa estranha. Três dias depois, ingeriu 0,25 mg e teve a primeira trip de LSD. Hoffman teve alucinações e ataques de pânico. Nascia assim a droga dos anos 60.

Os fósforo do sr. Walker

Queria um novo explosivo à base de sulfureto de antimónio e cloreto de potássio e saiu-lhe um fósforo. Em 1827, o químico inglês John Walker estava em plena labuta quando decidiu sair e deixou na mesa aquelas duas substâncias. Resultado: colaram-se ao misturador. Quando tentou tirá-las, raspou no chão e fez-se chama.

Viagra e a cura da angina de peito

Em 1993, quem sofria de angina de peito ficou mais feliz. Os investigadores da Pfizer estavam a testar um novo medicamento para o tratamento da doença, mas o problema persistia, apesar de uma dose de alegria fora do comum. É que um dos efeitos secundários era uma erecção fácil e duradoura. A Pfizer alterou a investigação e em 1998 lançou o Viagra.


Raios quê?

Em 1895, o físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen estava a fazer experiências com um tubo de electrões, e resolveu envolvê-lo numa cartolina negra. Ao fazê-lo, viu um brilho estranho reflectido na parede. Resolveu então pôr a mão em frente ao feixe de luz e viu os seus ossos projectados na parede. Baptizou a radiação de X porque não sabia o que era.


Gelado com pauzinhos é coisa de criança

As trapalhadas de Frank Epperson eram famosas. A melhor de todas foi aos 11 anos, em 1905. A criança fez um sumo à base de soda em pó e água, mas enquanto mexia a bebida descobriu algo mais. No dia seguinte, foi ao alpendre e o sumo estava congelado. Décadas depois, começou a vender a sua invenção e enriqueceu com os popsicles.


Disco voador ou Frisbee?

A Companhia Panificadora Frisbie dos EUA queria ser famosa pelas suas tartes. Os estudantes acharam mais piada às embalagens de alumínio que voavam vários metros. Em 1871, o pratinho com o nome Frisbie tornou-se na alegria de jovens que gostam de correr e dos seus cães. Mas só em 1948 é que Walter Morrison comercializou o primeiro disco voador.

Coca-cola que é como quem diz xarope

Pemberton’s French Wine Coca, conhece? É o nome de baptismo da Coca-Cola. O Dr. John Pemberton, médico experiente a conceber xaropes para várias maleitas, queria um remédio para as dores de cabeça à base de vinho tinto, folhas de coca e nozes. À segunda vez (1886) usou água gaseificada e nasceu a bebida do Pai Natal.

Fogo-de-artifício ou comida mal temperada

Reza a lenda que em 2000 a.C. um chefe do Exército chinês em vez de usar sal na comida, ao jantar, usou salitre. Ao cair no lume, produziu uma chama azul-púrpura. Do que se lembrou a seguir? De meter salitre, car-vão e enxofre dentro de uma cana de bambu que explodiu. O fogo-de-artifício passou a ser usado para afastar maus espíritos e... em guerras.

Microondas nasceu do chocolate

Percy Spencer passeava com um chocolate no bolso que acabou derretido. A razão era simples passou em frente de um radar. Estávamos em 1942 e Spencer percebeu que a radiação das microondas ditaram o fim do seu chocolate. Começou a fazer experiências e descobriu que as microondas actuam sobre as moléculas de água dos alimentos, provocando calor.

Quero uma igual à do sandwich

O conde de Sandwich, John Montagu, era um viciado em cartas. As ralações de um nobre em 1762 eram poucas, por isso jogava o dia todo. Os criados, preocupados, obrigavam-no a comer. Ele terá dito para porem a carne entre duas fatias de pão. Assim ficava com a outra mão livre para jogar. A moda pegou e começou a pedir-se “o que o Sandwich comeu”.



(Invenções Acidentais que Mudaram as Nossas Vidas de Birgit Krols)

- Publicado no I on-line -

terça-feira, 16 de novembro de 2010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Momentos


Numa noite normal com o passado largado da memória, um homem reencontra, no lugar a que chama casa, lembranças de um tempo que viveu.
Fragmentos de pura felicidade e instantes de sublime partilha, surgem como apontamentos de esperança de um presente que não voltará a ser o mesmo.
Nunca se esqueçam que nada nos está garantido!!!
Amem, sorriam, respeitem, aproveitem a vida e o que de melhor ela tem para nos dar. Não queiram ter mais do que aquilo que a vida nos deu, queiram isso sim ser amigos, ser leais, ser humanos, ser solidários, só assim podemos ser livres!!!

#14_Oficina do Cosmos




quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Um olhar e um poema!! 16

"...Não sei quem me sonho...
Súbito toda a água do mar do porto é transparente
E vejo no fundo, como uma estampa enorme que lá estivesse
desdobrada,
Esta paisagem toda, renque de árvore, estrada a arder em aquele
porto,
E a sombra duma nau mais antiga que o porto que passa
Entre o meu sonho do porto e o meu ver esta paisagem
E chega ao pé de mim, e entra por mim dentro,
E passa para o outro lado da minha alma..."

Fernado Pessoa

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Um olhar e um poema!! 15 (sem poema)

"As palavras de uma língua, caro senhor Gorelli, / são uma paleta de cores, / que tanto podem fazer o quadro feio, como podem fazê-lo belo, / segundo a mestria do pintor"
Carlo Porta

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Um olhar e um poema!! 14

Pernoitas em Mim
pernoitas em mim
e se por acaso te toco a memória... amas
ou finges morrer

pressinto o aroma luminoso dos fogos
escuto o rumor da terra molhada
a fala queimada das estrelas

é noite ainda
o corpo ausente instala-se vagarosamente
envelheço com a nómada solidão das aves

já não possuo a brancura oculta das palavras
e nenhum lume irrompe para beberes

Al Berto, in 'Rumor dos Fogos'

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

XYZ_Coordenadas Musicais_#47_ Troubleman Feat Nina Miranda_Paz

Olhares_Revisited #07




“ (…) Mete uma vela no bolso, Jim, estou a ficar em pulgas, quero revistar esse navio. Achas que o Tom Sawyer alguma vez deixava escapar uma coisa destas? Nem que lhe pagassem!! Havia de chamar a isto uma aventura – sim, essa é a palavra que ele usa – e havia de ir enfiar-se nesse navio nem que tivesse de morrer lá. E havia de ir com estilo, havia de se esmerar: se o visses até havias de acreditar que era o Cristóvão Colombo em pessoa a descobrir o Novo Mundo. Quem me dera que o Tom estivesse aqui.(…) “

- Mark Twain –

#14_Oficina do Cosmos

domingo, 7 de novembro de 2010

Um olhar e um poema!! 13

"Devido à sua ambição e egoísmo, o homem faz da sua vida um verdadeiro naufrágio"
Citação Budista

sábado, 6 de novembro de 2010

Um Olhar e um poema!! 12

Da minha aldeia veio quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.

Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

Alberto Caeiro

Um olhar e um poema!! 11

As Ondas
As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só na praia com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.
Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

R.I.P. Andy Irons

Morreu Andy Irons!
32 anos, 3 vezes campeão mundial de surf, uma vida pela frente, prestes a ser pai pela primeira vez!
È ironico uma pessoa que constantemente enfrenta a natureza no seu mais profundo estado selvagem e certamente muitas vezes arriscou a vida dentro do mar, foi morrer sozinho num pacato quarto de hotel bem longe do mar, enfim....Só me resta deixar a minha singela homenagem a um grande desportista e que descanse em paz. R.I.P AI

terça-feira, 2 de novembro de 2010

sábado, 30 de outubro de 2010

#05_Good Vibes



Seu Jorge. Como se toda a pop fosse coisa carioca…..

Há um ano, Seu Jorge teve um pedido invulgar no seu concerto em Lisboa. Um rapaz que já tinha combinado a surpresa com a produção do espectáculo subiu ao palco do Campo Pequeno e pediu a namorada em casamento. "Hoje [ontem] cheguei no Porto e tinha mais um e-mail com um pedido de casamento de um Pedro", conta Seu Jorge ao i por telefone, poucas horas antes de tocar no Coliseu do Porto. "Vamos ver o que vai acontecer..."

Parece que o cantor que nasceu numa favela do Rio de Janeiro já se habituou a portugueses que querem fazer anúncios importantes nos seus concertos. É a quinta vez que o músico de 40 anos vem a Portugal, mas agora com uma surpresa que nada tem a ver com a sua fama de casamenteiro: uma nova banda, os Almaz.

Não se admire se o ouvir cantar músicas de Kraftwerk, Michael Jackson ou Roy Ayers, em vez dos seus habituais êxitos "Tive Razão" ou "Carolina". "Vai ser complicado tocar essas músicas porque a formação não permite e não temos instrumentos como o cavaquinho ou bandolim", confessa.

Não é razão para ficar desmotivado, principalmente se for fã de "sonoridades mais psicadélicas". Além de Jorge Mário da Silva - nome completo de Seu Jorge -, a banda é constituída pelo guitarrista Lúcio Maia, pelo baterista Pupillo (ambos membros da famosa banda brasileira Nação Zumbi) e por António Pinto, compositor de bandas sonoras como "Cidade de Deus" ou "Central do Brasil".

"Tudo começou em 2008, mas a gente não tinha planejado nada", conta Seu Jorge. "O Antonio Pinto estava fazendo a banda sonora do filme 'Linha de Passe', do Walter Salles, e me convidou para gravar uma música." No estúdio, a empatia entre os músicos foi tal que decidiram prolongar a experiência: "Cada um sugeriu várias músicas. Eu, por exemplo, trouxe ''Everybody Loves The Sunshine'' [de Roy Ayers] e gravámos 18." No fim, a banda escolheu 12 canções para integrar um álbum e entregou-as a Mário Caldato Jr., produtor dos Beastie Boys e de Jack Johnson.

No currículo de Seu Jorge multiplicam-se participações em filmes, como nos conhecidos "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, e "Um Peixe Fora de Água", de Wes Anderson, onde reinterpretou temas de David Bowie.

No Carnaval deste ano, filmou várias cenas de "Tropa de Elite 2", um recorde de bilheteiras no Brasil (mais de 6,2 milhões de espectadores) desde a sua estreia, há três semanas. "Fazer cinema é muito importante, principalmente quando a gente fica velho", diz. "Eterniza mais que a música, há muito poucos músicos que são intemporais como Bob Marley, Mozart ou Bach. Nem o Elvis Presley."

- Publicado in I -

XYZ_Coordenadas Musicais_#46_Seu Jorge and Almaz_Everybody Loves the Sunshine

Um olhar e um poema!!10

"O pobre prefere um copo de vinho a um pão, porque o estômago da miséria necessita mais de ilusões que de alimento"
Georges Bernanos 

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

XYZ_Coordenadas Musicais_#45_Tom Waits_You Can Never Hold Back Spring

Olhares_Revisited #06




"A Filosofia pensa,a literatura escreve e a dança pensa e escreve com o corpo.A música? É claro que ela acompanha!"

- Maykira -

#12_Oficina do Cosmos

iphone timelapse of St Petersburg Florida sunset from Philip Bloom on Vimeo.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Um olhar e um poema!! 9

"Não sei como pareço aos olhos do mundo, mas eu mesmo vejo-me como um pobre garoto que brincava na praia e se divertia em encontrar uma pedrinha mais lisa uma vez por outra, ou uma concha mais bonita do que de costume, enquanto o grande oceano da verdade se estendia totalmente inexplorado diante de mim" Isaac Newton

Coisas que eu sei!!!

Homenagem ao amigo Palma!

Já te conheço há mais ou menos quinze anos, tu não me conheces apesar de já nos termos cruzado umas quantas vezes, até já me perguntaste o nome, mas de certeza que não te lembras de mim. Contudo já me fizeste viajar num voo nocturno, contigo já andei pela praia dos alteirinhos observando o voo rasante das gaivotas, pernoitei na casa do Capitão, percorri docemente as ruelas do bairro do amor e aí cruzei-me com a Tâmara. Contaste-me a fantástica historia do Zé, aquele que não sabe onde por as mãos e está farto de as ter no ar, fiquei fascinado a ouvir-te falar do Jeremias o fora da lei.
Numa noite em que o céu tinha um brilho mais forte, encontrei a estrela do mar e então deixei de me sentir só e percorri o passeio dos prodígios, nesse tempo dos assassinos. Por tua causa fui um sonhador inato mas também me tornei num optimista céptico . No dia em que o centro comercial fechou pensei naquela miúda com cara de anjo mau, e aí sim também fui um lobo malvado.
Um dia encontrei-te e vinhas acompanhado por duas amigas uma dormia tão sossegada e a outra murmurava-te baixinho encosta-te a mim, mas tu olhaste nos olhos da Catarina e falaste-lhe ao ouvido, acorda menina linda.
No caminho para casa assobiei a canção de Lisboa e pensei na minha Senhora da Solidão, cruzei-me uma vez mais contigo ias em busca do teu Norte, mas antes ainda tivemos tempo para dois dedos de conversa, paraste e comprimentaste-me com um: Olá cá estamos nós outra vez, fiquei em silencio a ouvir-te falar na tua maça de Junho, conversamos sobre a origem do drama, da velhice, também me disseste que nunca é tarde para se ter uma infância feliz, falamos sobre o boletim meteorológico, falamos de tudo e do nada.
Pediste-me lume e juntos bebemos um whisky de malte, foi aí que me segredaste que te sentias frágil, pus-te a mão no ombro e tu despediste-te com um tenho que ir andando, e seguiste com a tua guitarra ao ombro pela estrada do sucesso. Mas antes olhaste-me nos olhos e disseste com essas tuas sábias palavras.
Tira a mão do queixo não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas pra dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem á batota
Chega a onde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada pra andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada pra andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
A liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
Obrigado amigo Palma.

sábado, 23 de outubro de 2010

#04_Good Vibes



Para que fiquemos um pouco mais no espiríto Ragazza, deixo algumas sugestões de biquinis.... espero que as nossas seguidoras aproveitem :) ..... adorei a música.....

Fiquem com mais uma!

Grande malha!!!

Hoje no meio de mais uma viagem dei por mim a ouvir esta banda que não é mais do que um rapazola que por sinal tem um talento incrivel, para mim um dos melhores projectos muicais que apareceram ultimamente em portugal feito por portugueses, adorei. Dia 12 de Novembro está no mercado quebra costas em Coimbra e eu quero ir ver!!! Querem vir??

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

#03_Good Vibes

Por falar em Le Cool, esta vi na edição passada e ainda não me esqueci :)

Esplanada de Sto Estevão, Lx....

"Acho que descobri o maior segredo de Lisboa. Andava a passear por Alfama armado em turista e, pintada a verde, uma parede chamou-me: "É tão díficil guardar um rio quando ele corre dentro de nós". E é por isso é que lhe chamo o Guarda Rios. Mas final não. É só a Esplanada de Santo Estevão, um dos melhores miradouros de Lisboa. Está aberto há três meses, mais ou menos das duas às duas. "Para amigos". Basicamente o João Jesus pegou numa casa abandonada ao lado da igreja, deu-lhe uma volta de 540 graus e decidiu partilhar: mete três mesinhas e nove cadeiras lá fora e enche o frigorifico. Por isso vão, amantes do que é bom, e não tenham vergonha de lhe bater à janela. Costuma ter sangria, limonada, cerveja e às vezes sumo de laranja. Jazz sempre a tocar. Se forem curiosos peçam para ver a casa."

In: (Le Cool #257)



Sugestão Lecool

O meu nome é Lucas. Vivo no segundo andar. Vivo mesmo por cima de ti. Acho que já me viste antes. Se ouvires algo estranho à noite – algum tipo de problema ou luta – não me perguntes o que foi. Soa familiar? Na língua de Shakespeare (que é a mesma de Paris Hilton) aposto que soa. Pois é… Suzanne Vega vem cá. A Le Cool costuma ser diferente e não “cobrir” coisas altamente mainstream. O nosso barómetro costuma ser: se passa na RFM, não vale a pena referir (o meu editor vai-me desmentir). Esta senhora passou (e ainda deve passar) imensas vezes na referida rádio. Ainda assim, é demasiado clássico para que não se escrevam umas linhas sobre ela. E para que não se vá ver o concerto. Afinal, o dinheiro da bilheteira reverte para a Liga Portuguesa Contra o Cancro e para a luta contra o cancro da mama. / Ricardo Quintela

E mai nada!!!

Para vocês!!!


E para ninguem se ficar a rir tomem lá um classico com dois dos maiores mestres da arte de bem escrever, esta é para todas as nossas seguidoras. Um bem haja e apareçam sempre são muito bem vindas, beijinhos.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um olhar e um poema!! 8

Eu tenho o tempo
Tu tens o chão
Tens as palavras
Entre a luz
E a escuridão...
Eu tenho a noite
E tu tens a dor
Tens o silêncio
Que por dentro
Sei de cor...
E eu e tu
Perdidos e sós
Amantes distantes
Que nunca caiam
As pontes entre nós...
Eu tenho o medo
Tu tens a paz
Tens a loucura
Que a manhã
Ainda te traz...
Eu tenho a terra
Tu tens as mãos
Tens o desejo
Que bata em nós
Um coração...
E eu e tu
Perdidos e sós
Amantes distantes
Que nunca caiam
As pontes entre nós...
Que nunca caiam
As pontes entre nós!
Que nunca caiam
As pontes entre nós!

Pedro Abrunhosa

XYZ_Coordenadas Musicais_#44_The Jolly Boys ( Modern Mento version of Amy Winehouse_Rehab)



Esta dedico às nossas novas seguidoras, Jani e Andreia Lucas :)

Bem-haja.........

domingo, 17 de outubro de 2010

Um olhar e um poema!! 7


Na fonte dos teus olhos
vivem os fios dos pescadores do lago da loucura.
Na fonte dos teus olhos
o mar cumpre a sua promessa.

Aqui, coração
que andou entre os homens, arranco
do corpo as vestes e o brilho de uma jura:

Mais negro no negro, estou mais nu.
Só quando sou falso sou fiel.
Sou tu quando sou eu.

Na fonte dos teus olhos
ando à deriva sonhando o rapto.

Um fio apanhou um fio:
separamo-nos enlaçados.

Na fonte dos teus olhos
um enforcado estrangula o baraço.

Paul Celan, in "Papoila e Memória"

Um clássico!!!


Toma lá este grande clássico!!!

sábado, 16 de outubro de 2010

Um olhar e um poema!! 6


Se às Vezes Digo que as Flores Sorriem

Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.
Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Não concordo comigo mas absolvo-me,
Porque só sou essa cousa séria, um intérprete da Natureza,
Porque há homens que não percebem a sua linguagem,
Por ela não ser linguagem nenhuma.

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXXI"

Carta ao amigo!!!

Era um dia quente de Agosto, nesse Agosto dos emigrantes, das praias cheias de gente, dum litoral esgotado, onde o único objectivo é chegar à língua de areia mais próxima, a esses areais onde se aglomeram famílias, onde arranjar um metro quadrado de areia é uma tarefa árdua, o termómetro marcava trinta graus passava pouco mais das 3 da tarde e tu em vez de ficares no teu canto nessa tua peninsula, junto dos teus, rumaste ao norte.
Juntos percorremos kms em busca do nada, do tudo, de liberdade, de paz, não é que não a tenhamos no sitio onde estamos mas simplesmente queríamos descobrir, é essa a melhor palavra que define aquela semana, descoberta.
Descobrimos lagoas, pontes romanas, serras desertas, estradas sem saída, idosos carentes de um dedo de conversa, sotaques, peregrinos em busca da fé, templos religiosos, fotógrafos trapalhões, padeiros merceeiros, aldeias remotas, cascatas... ao fim ao cabo no meio de tanta coisa ainda descobrimos tão pouco, mas havemos de descobrir muito mais.
Estou a escrever-te esta carta porque acima de tudo eu não só redescobri mas também cimentei ainda mais a amizade que me une a ti, a sinceridade, a cumplicidade, o respeito, o carinho, o companheirismo.
Hoje estamos a milhares de kms que nos separam, não só kms como uma cultura, mas meu irmão quero que saibas que não passa um único dia que não me lembre de ti, se estás bem, como será o teu estado de espírito, acredito que tens força mais que suficiente para te aguentares, eu não teria, já tinha vacilado.
Admiro a tua força interior, a tua honestidade, o teu sentido de humor, a tua alegria de viver, a tua prespicacia, a amizade e o carinho que sempre me transmites.
Obrigado por seres quem e como és!!!
Estou à tua espera para a descoberta, e ainda havemos de ir a Viana! Ou já fomos?
Um brinde a ti meu amigo!!!
E um brinde tambem a todos os meus amigos e ás coisas boas da vida!!!
Um brinde á amizade!!

Olhares_Revisited #05



"O que é um adulto ? Uma criança de idade."

- Simone de Beauvoir -

Fotografia por: Carvalho, Élio

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

#10_Oficina do Cosmos

Banksy

Nascido em Bristol, Bansky ficou anonimamente famoso com a streetart dos seus graffitis, a sua identidade é incerta, não costuma dar entrevistas e fez da contravenção uma constante no seu trabalho, sempre provocativo

Os locais escolhidos são os mais diversificados. Tanto pode ser num muro abandonado, como uma parede de uma loja numa rua movimentada de uma metrópole; pode ser Berlim ou num monumento russo….

No início do ano passado a famosa Sotheby de Londres vendeu um quadro de Banksy por 80.000 euros, alguns graffitis de Banksy valem mais do que as próprias casas nas quais foram pintados.

Fonte: I





domingo, 10 de outubro de 2010

Olhares_Revisited #04




"O mar tornou-se de repente muito novo e muito antigo
Para mostrar as praias
E um povo
De homens recém-criados ainda cor de barro
Ainda nus ainda deslumbrados"

-Sophia de Mello Breyner-

Fotografia por: Carvalho, Élio

Afinal de contas o que é a amizade?

No meu humilde olhar, a amizade é dos valores mais importantes que me move, não é nada mais do que a mais bela forma de amar, não é dar só palmadas nas costas mas sim ter o poder para chamar à razão, criticar de uma forma construtiva, dizer não em vez de nos rir-mos porque o nosso amigo fez coisas que o possam envergonhar mas no fundo nos fez rir a todos, olhar nos olhos de quem gostamos e dizer basta, a amizade não é dar-mos razão ao homem do casal nosso amigo só pelo simples facto de ser homem, é termos o poder de conseguir visualizar as situaçoes de uma forma imparcial, seja ele o nosso amigo a nossa amiga ou o casal nosso amigo, é sermos justos, aí sim a amizade funciona. Ser amigo é ser justo, responsavel, critico, moderador, sensivel, carinhoso, ser amigo é brindar ás alegrias mas tambem dar um abraço nas tristezas, brindar aos sucessos mas tambem estar junto nos fracassos, é rir á gargalhada mas tambem chorar, é passear ao sol mas tambem meditar á chuva. È por estas e por outras que tenho poucos amigos mas os que tenho esses sim sabem que podem contar comigo, ao sol mas tambem à chuva, para rir mas tambem para deixar caír uma lágrima, para um abraço ou só para um simples olhar, para uma longa conversa ou simplesmente para estarmos em silencio, para dizer boa fizeste bem mas tambem para dizer foi errado o que fizeste. Para mim afinal de contas é isto a amizade!!! Um bem haja aos meus amigos e que me desculpem os outros mas um grande e forte abraço a ti meu amigo Finn porque neste momento deve ser a ti que este abraço faz mais falta. E eu sinto a tua falta!!!


"Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova quando
chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de
grandes chuvas e das recordações da infância.
Preciso de um amigo para não enlouquecer, para contar o que vi de belo e triste
durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças d´água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Preciso de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já tenho um amigo.
Preciso de um amigo para parar de chorar. Para não viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.
Que bata nos ombros sorrindo e chorando, mas que me chame de amigo, para que eu tenha a consciência de que ainda vivo"

Vinícius de Moraes

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Um olhar e um poema!! 5


Correspondências

A natureza é um templo augusto, singular,
Que a gente ouve exprimir em língua misteriosa;
Um bosque simbolista onde a árvore frondosa
Vê passar os mortais, e segue-os com o olhar.

Como distintos sons que ao longe vão perder-se,
Formando uma só voz, de uma rara unidade,
Tem vasta como a noite a claridade,
Sons, perfumes e cor logram corresponder-se

Há perfumes subtis de carnes virginais,
Doces como o oboé, verdes como o alecrim,
E outros, de corrupção, ricos e triunfais

Como o âmbar e o musgo, o incenso e o benjoim,
Entoando o louvor dos arroubos ideais,
Com a larga expansão das notas d'um clarim.

Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"

XYZ_Coordenadas Musicais_#42_Aloe Blacc_I need a dollar (Live in Studio)



Um bálsamo :)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Um olhar e um poema!! 4


A Minha Vida é um Barco Abandonado

A minha vida é um barco abandonado
Infiel, no ermo porto, ao seu destino.
Por que não ergue ferro e segue o atino
De navegar, casado com o seu fado?

Ah! falta quem o lance ao mar, e alado
Torne seu vulto em velas; peregrino
Frescor de afastamento, no divino
Amplexo da manhã, puro e salgado.

Morto corpo da ação sem vontade
Que o viva, vulto estéril de viver,
Boiando à tona inútil da saudade.

Os limos esverdeiam tua quilha,
O vento embala-te sem te mover,
E é para além do mar a ansiada Ilha.

Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'


Nota: O sol estava a nascer!!!

#09_Oficina do Cosmos

Orchard Beach (The Bronx Riviera)

São provocantes, vistosas, e raramente as medidas
correspondem à formatação das revistas de moda. As
raparigas captadas pela câmara de Wayne Lawrence,
fotógrafo norte-americano que assentou raízes
no bairro de Brooklyn, são retratos crus de uma
sensualidade urbana que surpreende.

Wayne Lawrence cria diários visuais da fauna humana
que o rodeia nos mesclados bairros de Brooklyn e
do Bronx. De ascendência caribenha, o fotógrafo
faz da mestiçagem norte-americana uma forma de
arte, coleccionando corpos e espíritos de cores e
formas africanas e latino-americanas, bem como os
seus rituais citadinos.

Esta grande paleta de pinturas
urbanas divide-se em diversas colecções, entre as quais
se destacam “Orchard Beach (The Bronx Riviera)” e
“MIA (Urban Beach Week).

O sexo feminino é um protagonista de peso na obra
de Wayne Lawrence. E ser uma jovem mulher mestiça
nos bairros nova-iorquinos é ter estampada no corpo
uma herança cultural irrefutável.

As imagens de Wayne revelam-nos raparigas vibrantes que exibem folhos à
“lolita” e mais maquilhagem que roupa, peles quentes,
lábios carnudos e tatuagens em saltos altos. Vivem na
cidade e gostam de ostentar a sua beleza americana em
flashes de sensualidade explosiva. Encaram a câmara
sem medos ou pudores e mostram como são poderosas
por dentro e por fora. Tanto num bambolear de ancas
a atravessar uma rua como numa pose provocante à
beira-mar.


Mais trabalhos do fotógrafo em:

www.waynelawrenceonline.com

Fonte: Dif Mag




sábado, 2 de outubro de 2010

Um olhar e um poema!! 3


Ser Doido-Alegre, que Maior Ventura!

Ser doido-alegre, que maior ventura!
Morrer vivendo p'ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade!

Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade.

Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso...

Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também
P'ra suportar melhor quem tem juízo.

António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."


Tu é que a sabes toda, Coelhinho. Um abraço.

#08_Oficina do Cosmos

Cruising to Hubbard Glacier, Alaska from Patrick Satterfield on Vimeo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Um olhar e um poema!! 2



Uma Cidade

Uma cidade pode ser
apenas um rio, uma torre, uma rua
com varandas de sal e gerânios
de espuma. Pode
ser um cacho
de uvas numa garrafa, uma bandeira
azul e branca, um cavalo
de crinas de algodão, esporas
de água e flancos
de granito.
Uma cidade
pode ser o nome
dum país, dum cais, um porto, um barco
de andorinhas e gaivotas
ancoradas
na areia. E pode
ser
um arco-íris à janela, um manjerico
de sol, um beijo
de magnólias
ao crepúsculo, um balão
aceso

numa noite
de junho.

Uma cidade pode ser
um coração,
um punho.

Albano Martins, in "Castália e Outros Poemas"

Os Golpes.

Tu aí, sim tu: que (ainda) não desististe de viver aos dias de semana, que (ainda) não te deixaste vencer pela rotina e (ainda) não assumiste que todos os dias que acabam em feira acabam mas é em casa-trabalho e trabalho-casa. Tu que (ainda) tens esperança que estes “aindas” não precisavam de ali estar entre parênteses, tenho uma ideia para ti: dá o golpe ao cansaço, à chuva e a qualquer outra coisa que teime tentar prender-te em casa e sobe a Rua da Esperança até ao Convento das Bernardas. Hoje tocam Os Golpes.
Faz lembrar uns bons anos 80.
Fonte: Lecool magazine

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Um olhar e um Poema!


A Velhice Pede Desculpas

Tão velho estou como árvore no inverno,
vulcão sufocado, pássaro sonolento.
Tão velho estou, de pálpebras baixas,
acostumado apenas ao som das músicas,
à forma das letras.

Fere-me a luz das lâmpadas, o grito frenético
dos provisórios dias do mundo:
Mas há um sol eterno, eterno e brando
e uma voz que não me canso, muito longe, de ouvir.

Desculpai-me esta face, que se fez resignada:
já não é a minha, mas a do tempo,
com seus muitos episódios.

Desculpai-me não ser bem eu:
mas um fantasma de tudo.
Recebereis em mim muitos mil anos, é certo,
com suas sombras, porém, suas intermináveis sombras.

Desculpai-me viver ainda:
que os destroços, mesmo os da maior glória,
são na verdade só destroços, destroços.

Cecília Meireles, in 'Poemas (1958)'

#07_Oficina do Cosmos

Alone Together from Home de Caramel on Vimeo.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Just like a drummer!!!

Dizem que as músicas destes meninos são autobiográficas e eu só para chatear fui ler as letras para saber quem é que os The Wave Pictures são! Bem um deles era um homem novo, esfomeado e alcóolico que andava a tentar ser escritor. O outro era loucamente apaixonado por uma míuda e gostava de mandar uma lata de pêssegos em calda de penalty. O ultimo ficou todo contente quando a ex-namorada engravidou.

Gostei da alegria, dos sorrisos, das raças, da melodia, da simplicidade e por isso esta é só para ti meu amigo Huk. Um abraço, gosto de ti!
Fonte:lecool magazine

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Precisa-se com experiência!

Curriculo Vitae


'Já fiz cócegas à minha irmã só para que deixasse de chorar, já me queimei a
brincar com uma vela, já fiz um balão com a pastilha que se me colou na cara
toda, já falei com o espelho, já fingi ser bruxo.

Já quis ser astronauta, violinista, mago, caçador e trapezista; já me
escondi atrás da cortina e deixei esquecidos os pés de fora.

Já roubei um beijo, confundi os sentimentos, tomei um caminho errado e ainda
sigo caminhando pelo desconhecido.

Já raspei o fundo da panela onde se cozinhou o creme, já me cortei ao
barbear-me muito apressado e chorei ao escutar determinada música no
autocarro.

Já tentei esquecer algumas pessoas e descobri que são as mais difíceis de
esquecer.

Já subi às escondidas até ao terraço para agarrar estrelas, já subi
a uma árvore para roubar fruta, já caí por uma escada.
Já fiz juramentos eternos, escrevi no muro da escola e chorei sozinho
na casa de banho por algo que me aconteceu; já fugi de minha casa
para sempre e voltei no instante seguinte.

Já corri para não deixar alguém a chorar, já fiquei só no meio de mil
pessoas, sentindo a falta de uma única.

Já vi o pôr-do-sol mudar do rosado ao alaranjado, já mergulhei na
piscina e não quis sair mais, já tomei whisky até sentir os lábios
dormentes, já olhei a cidade de cima e nem mesmo assim encontrei o
meu lugar.

Já senti medo da escuridão, já tremi de nervos, já quase morri de
amor e renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial.

Já acordei no meio da noite e senti medo de me levantar.

Já apostei a correr descalço pela rua, gritei de felicidade, roubei
rosas num enorme jardim, já me apaixonei e pensei que era para
sempre, mas era um 'para sempre' pela metade.

Já me deitei na relva até de madrugada e vi o sol substituir a lua; já
chorei por ver amigos partir e depois descobri que chegaram outros novos e
que a vida é um ir e vir permanente.

Foram tantas as coisas que fiz, tantos os momentos fotografados pela lente
da emoção e guardados nesse baú chamado coração...

Agora, um questionário pergunta-me, grita-me desde o papel:

- Qual é a sua experiência?

Essa pergunta fez eco no meu cérebro. Experiência....
Experiência... Será que cultivar sorrisos é experiência?

Agora... agradar-me-ia perguntar a quem redigiu o questionário:

- Experiência?! Quem a tem, se a cada momento tudo se renova ???'





A redacção foi escrita por um candidato numa selecção de
Pessoal na Volkswagen. A pessoa foi aceite devido á sua criatividade e sensibilidade.

Querido Outono

Lisboa, 16 de Setembro de 2010

Nosso muito Querido Outono,

Faz tempos que não nos vemos, tenho até ideia que fez um ano agora ou então irá completar brevemente. Como vai tudo por aí? O pessoal vai perguntando sempre por ti, como quando voltas, o que é feito, porquê a repentina saída o ano passado. Coisas assim. A malta queixa-se de ti mas no fundo gosta mesmo do que lhes dás - boa companhia em manhãs fog sombrias como que saídas de um livro policial e conversas longas molhadas a chá e café debicando cupcakes enquanto as ruas se humedecem em chuva. Frio miudinho e rasteiro e chuvasco molha-tolos. Cappuccinos e galões e o verdadeiro prazer de tragar uma bebida quente. Carajillos e café com cheirinho.

Sei que um destes dias apareces por aí, para aí quando te fartares de larear a pevide pela Zelândia ou Man ou seja lá onde estiveres. Gostamos de ti quando te temos, e quando não estás por cá, bem.. Não tanto. Enfim, não significa menos afecto! Só te queria perguntar se voltas por esta altura também como no ano passado e pedir-te um favor.. será que poderás adiar umas semanitas, se fôr esse o caso?

- Le coll magazine *253 -

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

# 08 Cadernos a Oriente

Episódio #03

O improvável e surpreendente regresso………

Orientados por um GPS de baixa qualidade e uma carta Cartográfica, perdemos o Norte e entrámos por estradas secundárias, onde os camelos são donos da estrada e da areia das dunas….. um engano que rendeu 120 quilómetros extra e um suave toque com as fronteiras do Qatar.

A escuridão da noite no deserto é assustadora, não se descortina nada, apenas o estrelado do céu e uma Lua em quarto crescente, até que ao quilometro 250 o carro começa a soltar um cheiro estranho, alguns dizem que é borracha… na minha opinião, não cheirava a nada…. mas afinal …. cheirava a qualquer coisa… o carro deixou de funcionar uma dezena de quilómetros mais adiante …..

Um dia aconteceu-me o mesmo e eu confundi esse cheiro, com o cheiro de sardinhas, imagine-se só….

Com a luz dos telemóveis, tentou-se, vencer o fumo que sai-a do motor….. começando então… o festival de palavrões em contestação a tal destino.

Os documentos do carro, escritos em Árabe, belo destino…. dos três ocupantes, um fuma e pragueja em Francês, outro fala com o outro carro que segue mais adiante, e eu continuo vidrado no motor…..

O carro de Espanhóis, inverte a marcha e ruma em nosso auxilio……, mas antes deles…. chega o mais insólito …. um reboque, era tudo o que precisávamos, mas nunca adivinhávamos que fosse tão despressa…. o sorriso invade-nos…… o homem fala um pouquinho de Inglês... suficiente para nos compreender, em estilo aciganado, discutimos preços para rebocar o carro até ao destino, cerca de 200 km.

Acertado o preço e chegados os Espanhóis, trocamos a carga e os passageiros, enquanto que eu, fico com o Paquistanês do reboque, porque o carro é meu….

Dos restantes kms, até ao destino, ressalvo a temperatura a rondar os 45 graus, a ausência de ar condicionado na carripana, o escuro do deserto iluminado pelo fogo das plataformas de petróleo e o roer de uma espécie de pevides, de onde o senhor fazia questão de cuspir as cascas para dentro do próprio carro.

Julgo ter adormecido e lembro-me de ter olhado para o Paquistani e ter jurado para mim mesmo, que ele também dormia……. já não sei…….

domingo, 12 de setembro de 2010

Vocês não sabem nada!!!

São 9 da manhã mas em cima daquelas pernas já marcam 3 horas, daquelas pernas com 86 anos de uma vida de trabalho, já meias perras e doridas mas mesmo assim ainda com a força necessária para conseguir manter uma língua de terra bem tratada, onde se encontram vinhas, tomates, feijão, pimentos, e algumas árvores de fruta, tudo isto com o verdadeiro sabor da terra, uma terra perfeitamente tratada. Mas nem sempre foi assim como ele diz: "a minha vida foi sempre na ferrugem" era torneiro mecânico, homem de trabalho de mãos retalhadas pelo ferro, sabedoria da escola da vida, princípios e valores que sempre o acompanharam ao longo destes 86 anos, onde criou filhos e netos, e lhes soube incutir os valores necessários para serem respeitados, e respeitadores, gente humilde, trabalhadora.
-Sabes construi esta casa em solteiro. Diz-me ele entre um copo de vinho, vinho que ele próprio produz, e ao que eu pude com todo o prazer dar o meu contributo para a próxima colheita. Vai mais uma pinga? Não obrigado. Sabes sem isto não consigo viver. Acredito sr. Mário. Foi com enorme alegria que o ajudei a apanhar aquelas uvas, o difícil era apanhar todas sem um único bago ter caído. No meu tempo nem um bago ficava no chão, mas agora vocês são muito ricos.
Homem bom o sr. Mário que com o espírito lutador, de humildade, de sofrimento, ainda tem a força necessária para se levantar ás seis da manha e lá vai ele tratar da vida, da terra que sempre tratou e sem a qual não consegue viver, enquanto a sua esposa a sra. São, mulher bonita e bondosa que de cima dos seus oitenta e picos anos ainda lhe prepara um tacho de serrabulho. que como ele diz: -esta mulher faz comer que dá para um mês. -Então mas o sr. Mário não anda a comer sempre a mesma coisa durante um mês?
-Não porque eu não vou nessa, dou ás galinhas que coitadinhas também precisam.
-Vocês não sabem nada!!!
Obrigado Sr.Mário e Sra. São! pela lição de vida, pelos copos de vinho pelos tomates e pimentos e o prato de serrabulho!!!

# 07 Cadernos a Oriente

Episódio #02

As areias das praias são, trocadas por camadas de Sal, o mar em certas localizações parece leite, devido a tal concentração, camelos, cavalos, motas de tracção às quatro e quiosques alinhados perfeitamente entre si…. só vendem pipocas…. os banhistas não usam toalhas, nem chapéus de sol…. levam os carros para beira da água e aproveitam o ar condicionado.

Baptizadas as praias da Pipoca e a praia do Leite, descobrimos um canto improvável, uma língua de areia, deambulamos como inspectores, procurando por alguém que nos possa encontrar e castigar severamente com as regras locais… não encontramos nada nem ninguém… costa limpa….. trocamos as calças, por calções e deixamos as t-shirts para trás…. entramos tranquilos por entre os corais…. a concentração de sal é indescritível, quanto à temperatura ? parece um mar de chá…. ok esta fica a ser a praia do Chá.



(Praia da Pipoca)

sábado, 11 de setembro de 2010

# 06 Cadernos a Oriente

Episódio #01


Não se explica, vive-se ou sobrevivesse… concebida a tolerância referente ao Ramadão, fiz 400 quilómetros para ver o maré no Golfo Pérsico, Ad Dammam e Al Khobar foram as referências indicadas para essa área……… 400 quilómetros plenos de deserto onde até os camelos são escassos, todavia encontram-se ainda curiosas situações, como homens perdidos à beira da estrada, secos como tâmaras, rodeados de areia, esperam o quê?

Boa pergunta ?

400 quilómetros com uma única estação de serviço… perdida, suja, abandonada, amarela, fedorenta… atestado o depósito, soltas as águas e tomado o chá existente ….. preto ou branco….

Retoma-se a viajem, perdem-se os olhos e os pensamentos na imenso pano cru do deserto, cruza-se o universo de areia e pensa-se em pessoas, em caras e vidas…. vidas normais…….. noites frescas….. ausências de ar condicionado, abraços, sonos e sonhos bem dormidos …. correm as imagens e aos poucos vence-se o deserto……… surgem os primeiros sinais de vida, surgem as primeiras indicações, surgem os postos de controlo, surgem os Guardas com os típicos uniformes em tons de verde, as barbas grandes, os dentes castanhos do chá… do café turco ou do tabaco de mascar… surgem as rusgas aos carros, a procura de terrorismo, a procura de identificação e o porquê de tal deslocação ao Golfo Pérsico ?

- De onde se responde, queríamos ver o mar ?

- Ver o mar ?

Acenam com a cabeça e murmuram…. entre si ….. algo do género…. “estes Romanos devem estar loucos”.

Os seres verdes, não alcançam o propósito, não perspectivam… suponho….. que nem suspeitam que a areia do deserto é composta por um aglomerado de grãos ?

- Ok !!! Podem passar………….

Para a direita Kuwait, para a esquerda Hofuf Mabarraz em frente Ad Dammam….

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

#15_Fracção de Segundo




Na mesa ao lado havia uma mulher e eu sorri para ela, ela sorriu de volta e logo estávamos sentados à mesma mesa. Era estudante de enfermagem, mas gostava mesmo era de cinema e poesia. Fernando Pessoa, Drummond, Camões (o lírico), aquela coisa manjada de sempre, Fellini, Godard, Buñuel, Bergman, sempre a mesma coisa, raios, sempre as mesmas figuras.

Rubem Fonseca

(Brasil, 1923)
Feliz Ano Novo
(Contexto, 1975)

Fotografia: Willy Ronis

sábado, 4 de setembro de 2010

#02_Good Vibes



Diz que a loja do Marreco virou conserveira?


"Eh pá, finalmente abriu a loja do Marreco!", é o que alguns velhotes do Cais do Sodré, em Lisboa, exclamam quando vêem que a Sol e Pesca voltou a abrir portas. A loja de artigos de pesca sempre foi conhecida pela alcunha do dono. Mal entramos somos surpreendidos pelas redes que caem do tecto e pelos anzóis e canas de pesca expostos numa das paredes. Um poster declama "I love fishing". O espaço manteve o nome e o espírito, mas não o negócio: agora é uma conserveira, onde se pode beber um copo e degustar os produtos.

A Sol e Pesca abriu há pouco mais de um mês, na Rua Nova do Carvalho, e quer reavivar a tradição das conservas, sem pretensiosismos gourmet. Percorre metade da loja um armário envidraçado com caixas de cartão em tons de amarelo, vermelho e verde, de marcas quase esquecidas: Cocagne, Sta. Catarina, Ramirez, Comur, etc. "Algumas das latas em vez de dizerem ''cavala'' dizem ''maquereau''", explica a gestora Bárbara Matos, "porque como é típico do português algumas coisas produzidas cá são só exportadas porque não são apreciadas aqui".

Os preços dos enlatados são acessíveis, dos 80 cêntimos aos quatro euros. Se ficar mesmo fã há uma lata de um quilo de enguias disponível por 33 euros. A prova vem com pão alentejano e para dar um gostinho extra ao peixe eleito pode escolher entre azeite, piripíri, vinagre ou alcaparras. Mas na opinião do arquitecto Henrique Vaz Pato, um dos donos da loja, "o objectivo é sentir o verdadeiro sabor do peixe, sem grandes adornos".

Os vinhos também prezam a alma lusa - são todos portugueses. Se beber a copo, vai sair-lhe entre 1,50 e três euros. O preço das garrafas varia entre os dez e os 17 euros. Se ainda estiver em mood de festejos pela noite adentro, pode optar pelo espumante: 24 euros.

Primeiro estranha-se... A loja de artigos de pesca estava abandonada há mais de 20 anos. Henrique Vaz Pato, que também é co-proprietário da Cantina Lx, resolveu "aproveitar a memória" do espaço e adaptá-la "a uma nova actividade". Bárbara lembra que os acessórios em exposição são meramente decorativos. Para já, está surpreendida com a recepção, mesmo sendo a Sol e Pesca a única conserveira de Lisboa que faz provas. "Pensei que iria levar mais tempo a habituar as pessoas a vir provar conservas, não é uma coisa tão comum quanto isso".

De luz amarela fraca, cheiro nostálgico e Vinicius de Moraes a tocar de fundo, o espaço destaca-se da zona envolvente: o Bar Cais e o MusicBox. Mas o objectivo era mesmo esse: "Não fazer grandes alterações, nem deitar paredes abaixo, trabalhar com o que existe", explica Bárbara. "E realmente parece um sítio particular, não é?"

Rua Nova do Carvalho, n.º 44

De terça-feira a sábado

Das 18h00 às 2h00

- Publicado no I -


PS: Amigo Sawyer, põe os olhos neles :)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

#05_Oficina do Cosmos

INDIA LEH/LIKIR from warmeye on Vimeo.




Colocar os phones, levantar o som e alinhar os chakras :)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Na continuação de Good vibes!


Gosto disto!!!
Mas o que gosto mesmo é de musica de baile para abanar o esqueleto:-):-)

#01_Good Vibes






"A viagem ao Chile estava a ser um desastre. Chovia todos os dias, não havia ondas e o fotógrafo Chris Burkard só tinha apanhado um escaldão e nem uma única boa imagem de Peter Mendia a surfar. Quando finalmente tiveram um dia de sol, correram para a praia e foram presenteados com "tubos a rolar por 100 metros". O surfista fez o seu trabalho e Chris decidiu empoleirar-se numa duna para captar a paisagem. O resultado é a imagem vencedora da edição deste ano do Red Bull Ilume. Só fica uma pergunta a pairar no ar quando olhamos para a imagem de cima: o que terá acontecido ao surfista? Foi engolido pela onda ou conseguiu fugir? Descanse, detalhes não sabemos, mas sobreviveu."

- In_Red Bull Indume Photography -

Não consegui encontrar com boa definição a fotografia vencedora do Chris Burkard, mas vale a pena espreitar o site http://www.burkardphoto.com/ , a vencedora foi a 030.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Temos mas é branco!!! :-)

Olá meus amigos!
Pois é, depois de uma interrupção para férias voltei. E por estranho que pareça voltei mais cansado mas também mais preenchido, conheci outros recantos, comi bem, bebi melhor, sorri, partilhei, dormi a siesta num qualquer pinhal(o que estivesse mais perto)andei a banhos, descobri, amei, e acima de tudo desfrutei da companhia de quem mais gosto, por isso desde já o meu obrigado a todos os que me acompanharam.
Um obrigado á Louise que me atura todos os dias e mesmo assim está sempre com um enorme sorriso, amo-te!À Belinha porque sem ela não havia tardes de azia e sem azia não dava para gozar, gosto de ti pequenita, ao Peter Pan que está sempre lá gosto de ti amigo, ao Palma por me ter feito pensar, para mim continua a ser o maior, a todos os personagens com quem me cruzei porque de alguma maneira ou de outra me ensinaram qualquer coisa, ao fotografo, á tocadora de concertina, á vendedora de mel, ao padeiro que afinal também é merceeiro, ao calcinhas, aos que se esqueciam dos shampoos, ao peregrino,ao velhote de Ponte da Barca e acima de tudo ao meu amigo Finn porque sem ele era impossível ter passado tão bons momentos, Adoro-te meu irmão!!! E já me esquecia á senhora autora da frase, Temos mas é branco!:-) Muito obrigado!!!